quarta-feira, 29 de abril de 2009

Parece Mentira, Mas Não É!


Tenho conversado com algumas pessoas e sinto que elas estão extremamente cansadas de absolutamente tudo que diz respeito à religião. Sinto que elas estão saturadas de tanto sermão bonito, com todas as estruturas que um belo sermão requer, e não conseguem sentir uma gota de sangue e suor no preletor.
Vejamos os exemplos mais recentes: a prisão dos líderes da Igreja Renascer em Cristo com várias acusações envolvendo desvio e lavagem de dinheiro e corrupção, os deputados da bancada evangélica envolvidos no mensalão e em outros tantos escândalos, politicagem eclesiástica nos Concílios e Assembléias nas mais variadas denominações – históricas ou não – no Brasil, uma total falta de respeito ao ser humano e a intolerância quase que assassina ao cidadão que escolhe ser ou não cristão, que decide ser ateu ou não, que decide ser espírita ou não, que decide ser muçulmano ou não, que decide ser o que quer ser ou não.
Vale lembrar que aqui não estou falando de ecumenismo e nem defendendo uma visão mais liberal, mas falo de um diálogo compreensivo e civilizado entre pessoas de diferentes maneiras de pensar, crer, se vestir e de viver. Famílias estão se separando porque uma sabe “o caminho do céu” melhor que a outra. Amigos se tornam inimigos porque não conseguem olhar um no olho do outro e aceitar que as coisas mudam e o mundo gira, passando por várias estações e sofrendo as mais diversas variáveis complexas.
Sinto que as pessoas querem ver e conhecer pessoalmente aqueles homens e mulheres que fizeram coisas extraordinárias e que viveram em algum tempo no passado, mas que agora fazem uma falta muito grande. Vejo um anseio, uma fome, uma esperança que se levante pessoas corajosas ao ponto de se abdicarem de suas vidas pessoais pela causa de verem dias melhores. Chico Anysio, em um monólogo intitulado “Mundo Moderno”, ecoa a voz de bilhões dizendo: “Mundo moderno melhore, melhore muito, melhore mesmo!”.
Dá a impressão que aquelas pessoas históricas nunca existiram de fato. É tudo história de ninar. Todas são contos de alguém que, com a mesma fome de esperança, escreveram sobre personagens fantásticos que fizeram a diferença no mundo e que hoje são lembrados como lendas.
As pessoas de hoje precisam conhecer essas lendas. Mas falo de lendas vivas, lendas que, na verdade, são pessoas comuns que acordam cedo, trabalham todo santo dia, ficam cansadas de ver tanta violência, corrupção e desigualdade, dão risada à toa, falam sozinhas, choram, dormem tarde porque conversaram demais com os amigos ou namoraram além da conta, mas que conseguem também realizar atos de nobreza que são capazes de mudar o mundo, capazes de ser uma ameaça a todo e qualquer status quo frio e sem vida. Uma ameaça salvadora para toda essa humanidade carente de heróis comuns.
A vida machuca muito, eu sei! Os sonhos aqui apresentados parecem ser tolos e infantis demais. “O que as pessoas irão dizer?”, você se pergunta. “Já sou homem crescido (ou mulher crescida), preciso me pôr como tal.”. Tudo bobagem! Tudo conversa fiada que não mudou, não muda e nunca mudará a vida de ninguém; inclusive a sua.
Eu sei que tem gente que quer causar mudança, que quer revolucionar. Que quer crescer, mas nunca deixar de ser uma criança. Eu sei que tem gente que passa minutos, talvez horas, do seu dia torcendo para que o fogo da esperança, da bondade e do amor à vida nunca se apaguem.
Nunca desistirei de acreditar que eu posso fazer a diferença. Não sei como, mas quero começar. Quero tirar um sorriso do rosto daquele que a vida maltratou e não tem motivos pra rir; quero mostrar um gesto de humanidade – seja ele qual for – para aquele que passou a vida sendo desprezado pelo que é; quero despertar a criança do adulto que se mostra confiante demais para as pessoas, mas por dentro não passa de um órfão pedindo por um abraço; quero ser aquele que um dia alguém possa se lembrar como alguém que fez a vida dele, ou dela, valer a pena.
Nessas palavras ofereço uma oportunidade única para todos os que estiverem lendo. Uma oportunidade que vale tanto a vida do abandonado mendigo quanto o mais importante homem do mundo. Uma oportunidade que fará com que as histórias do passado se tornem uma constante a cada manhã, fará com que os dias melhores passem de uma música pop para uma realidade inegável. A oportunidade, então, é esta: podemos fazer a diferença nesse mundo descontrolado!
Confesso que acredito em Deus e tenho muitas razões para isso. Creio na Bíblia como um livro não só humano e não só divino, mas divino-humano. Pertenço a uma denominação evangélica histórica, mas nem por isso vou fazer disso um motivo a mais para criar verdadeiros “Jihads” em qualquer lugar que eu passe. Fazer a diferença é justamente mostrar que Deus existe não só nas palavras e nos sermões, mas na vida e na convivência com outras pessoas de outras crenças e éticas.
Um gesto, um abraço, uma palavra, uma oração, um entendimento, certa dose de paciência misturada com bom humor; tudo é válido. Mas aqui não poderia deixar de falar que, de fato, sem Deus nada disso é possível. Qual é o seu deus? Dinheiro? Carros? Coleções? Mulheres? Vícios? Compras? Roupas caríssimas? Nada disso consegue se comparar com os prazeres e com as lições eternas de um relacionamento verdadeiro com esse Deus verdadeiro. Tudo que citei acima é passageiro, tudo é gastável e descartável; mas não a vida. Tudo isso é mentira e ilusão; mas não esse Santo Nazareno que é chamado Cristo. Tudo pode ser vendido, comprado, deixado para trás; mas não podemos esquecer Aquele que não quis poupar a própria vida em favor da minha e da sua felicidade. Parece loucura ou até pareça também que eu esteja tentando lhe “evangelizar” e lhe convencer que a minha igreja é a melhor. Não! Não é isso! Até porque minha igreja não é perfeita, e nunca será. Como diz o ditado: “Onde há ferro, há ferrugem”. Só digo e testemunho de algo que aconteceu comigo. Não é história de ninar, nem lenda; é verdade!

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