quarta-feira, 8 de abril de 2009

Não Deixai Vir a Mim os Pequeninos!



Ao ligar a televisão todos os dias nos horários dos telejornais é um exercício um tanto quanto perturbador e ao mesmo tempo, deprimente. Chegamos a culpar as emissoras por só passarem desgraças e dificilmente se vê notícias boas, quase não há mais refrescos jornalísticos, acontecimentos que nos fazem ter orgulho por sermos brasileiros ou humanos. Mas há notícias que nos deixam mortos por dentro, quase petrificados tamanha a capacidade de nossos semelhantes para cometerem atrocidades.
Assassinatos e estupros, roubos e violência contra a mulher, todos esses crimes nos trazem um nó na garganta, mas nada se compara aos crimes cometidos contra as nossas crianças! Não consigo medir os traumas e as dores sentimentais e físicas que cada criança vítima de pedofilia vai gerar dentro de si e, conseqüentemente, afetar todo o seu meio tanto familiar quanto social!
Algumas considerações aqui precisam ser feitas para o melhor entendimento desse mal que está fazendo das nossas crianças, que deveriam estar brincando e sendo feliz com sua infância, serem objetos de diversão de gente desorientada.
A pedofilia não se caracteriza crime no Brasil, apesar de ele estar na quinta colocação no ranking de sites dedicados à pornografia infantil, dados publicados pelo Federal Bureau of Investigation (FBI), a polícia federal americana. Não há no Código Penal algo relacionado com a palavra “pedofilia”, mas sim as conseqüências desse ato são crimes pesados. Podemos relacionar alguns deles aqui:
Atentado Violento ao Pudor: Prática de atos libidinosos cometidos mediante violência ou grave ameaça. São considerados atos libidinosos aqueles que impliquem em contato da boca com o pênis, com a vagina, com os seios, com o ânus, ou a manipulação erótica destes órgãos com a mão ou dedo. Também atos que impliquem na introdução do pênis no ânus, no contato do pênis com o seio ou na masturbação mútua.
Estupro: Constranger criança ou adolescente à conjunção carnal mediante violência ou grave ameaça.
Pornografia Infantil: Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet, fotografias, imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo crianças e pré-adolescentes.
Percebam a gravidade da situação. Crianças sendo expostas a crimes hediondos e famílias que antes só viam esses crimes pela televisão, agora assistem de camarote dentro de suas casas. Uma pesquisa realizada por institutos especializados em pedofilia diz que jovens de classe média entre 17 e 25 anos são os produtores desse material nojento, e na maioria dos casos as crianças são gente da própria família. Um vídeo de cinco minutos de uma criança sendo violentada chega a custar mil dólares e fotos chegam a custar cem dólares. Os compradores são adultos na faixa dos quarenta anos, solteiros e profissionais liberais. A pedofilia na internet é alimentada de formas variadas. De um lado estão as pessoas que produzem, vendem ou disponibilizam gratuitamente as imagens de sexo envolvendo criança, e do outro estão aqueles internautas que consomem esse material.
Vejam que o simples fato de acessar um site pornográfico onde “Teens” estão sendo expostas caracteriza-se crime perante a justiça. Meninas e meninos que nem chegaram aos dezoito anos, mas por conta de uma alta grana envolvida, gente da família incentivando e certas impunidades comuns na sociedade brasileira acabam por aceitar ofertas absurdas como o de se deixar fotografar ou filmar tendo relações sexuais ou poses sensuais.
Isso acontece com a anuência das crianças e pré-adolescentes. Agora estamos tratando de algo que a criança não quer, estamos falando de crianças que não sabem mais o que é brincar, o que é um pai ou uma mãe ou um tio ou um avô, estamos falando de crianças que querem falar do seu sofrimento, mas tem um monstro atrás delas, literalmente um “Bicho-Papão”, ameaçando a vida delas e de seus entes queridos.
Nos Estados Unidos foi feito um estudo, foi publicado no wikipedia e chegou-se a seguinte conclusão:
Alguns estudos afirmaram que ao menos um quarto de todos os adultos do sexo masculino pode apresentar algum excitamento sexual em relação a crianças. Um estudo realizado por Hall, G. C. N. da Universidade Estadual de Kent, por exemplo, observou que 32,5% de sua amostra (80 homens adultos) exibiram desde algum excitamento sexual até estímulo pedofílico heterossexual, igual ou maior do que o excitamento obtido com estímulos sexuais adultos. Kurt Freund (1972) remarcou que "homens que não possuem preferências desviantes mostraram reações sexuais positivas em relação a crianças do sexo feminino entre seis e oito anos de idade.
Em 1989, Briere e Runtz conduziram um estudo em 193 estudantes universitários, sobre pedofilia. Da amostra, 21% disseram ter alguma atração sexual para algumas crianças, 9% afirmaram terem fantasias sexuais envolvendo crianças, 5% admitiram masturbarem-se por causa destas fantasias, e 7% concederam alguma probabilidade de realizar ato sexual com uma criança, caso pudessem evitar serem descobertos e punidos por isto. Os autores também notaram que, dado o estigma social existente atrás destas admissões, pode-se hipotetizar que as taxas atuais possam ser ainda maiores. J. Feierman (1990) estimou que entre 7% a 10% dos homens adultos possuem alguma atração sexual para crianças do sexo masculino.
Matéria publicada na revista “Isto É”, em março de 2006, mostra que no ano 2000 o mercado mafioso da pedofilia movimentou 5 bilhões de dólares em todo o mundo. Em 2005 a estimativa é que esse mercado tenha movimentado 10 bilhões de dólares, ou seja, dobrou em apenas 5 anos. Nesses 10 bilhões estão embutidos a venda de fotografias e vídeos que mostram crianças sendo abusadas e fazendo sexo com adultos e até com animais.
Os contos de fadas dessas crianças se transformam a cada dia em filmes de horror onde não se pega o bandido, não se mata o assassino, onde o final parece não ser um final feliz. A CPI da Pedofilia, comandada pelo deputado Magno Malta tem feito seu papel em denunciar e caçar esses criminosos, mas a cada dia se torna um trabalho árduo e cansativo, pois a cada dia aparecem novos casos de violência contra as crianças.
Gente, toda criança tem direito de se divertir, de brincar de boneca, de carrinho, de vídeo game, ter seu espaço com seus pais e amiguinhos. Toda criança tem direito a ter sua infância não maculada por atrocidades e violências contra seus sonhos e esperanças. Toda criança tem direito a acreditar em fadas e em brincar de faz de conta, ser o príncipe ou a princesa ou aquele personagem daquele desenho que ela gosta tanto de assistir.
Se não bastasse, há casos de pedofilia dentro das igrejas. Padres e pastores envolvidos com a pornografia infantil e sendo inclusive os autores desse atentado à infância. Um lugar onde, acredita-se, poderia encontrar apoio, segurança e paz, os pais de hoje encontram violência e verdadeiras facas afiadas prontas para cortar e machucar o coração e o físico das nossas crianças.
Talvez a criança ao ver um líder religioso a molestando, pode imaginar Jesus como um pervertido sexual ou até mesmo como um deus fraco que não vem protegê-la das garras desse lobo travestido de ovelha.
Onde vamos parar? Quando vamos entender que a criança precisa ser criança? Precisa brincar, precisa rir, precisa bagunçar, precisa ser gente, precisa viver! Deixem as crianças irem à Terra do Nunca e quando elas quiserem, elas voltam. Deixe as crianças acreditarem em Papai Noel. Deixe as crianças serem super-heróis e sonharem em voar. Deixe as crianças serem crianças enquanto são crianças. Deixem os pequeninos chegarem mais perto do Pai que não irá violentá-las, mas abraçá-las e dizer: “O reino dos céus pertence a vocês!”

2 comentários:

Geeiva disse...

Olhaa eu aqui Cris *--*

amei mt mt seu blog! Vou vizitar sempre. me segue noo twitter (:

@geivaaraujo

Unknown disse...

Grande Cris... muito bom sua artigo! Amigo peço perdão pela falta de tempo e falta de dialogo... mas queria que soubesse que vc mora no meu coração meu amigo!!!! Saudades!
Bruno(zoio)