quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Se Não Fosse o Pecado



Imagine se não houvesse pecado no mundo de hoje! Uma série de coisas não aconteceria e provavelmente muitas das grandes mentes jamais seriam conhecidas! Não precisaríamos de médicos e nem de pesquisadores para achar curas de doenças malignas como a AIDS e o câncer! Não teríamos enfermeiros e nem de hospitais! Não teríamos pessoas internadas e gente presa nos corredores dos prontos-socorros recebendo tratamentos precários!

Não teríamos mais as sofridas despedidas! Ninguém precisaria ir embora o tempo todo porque no outro dia deveriam estar trabalhando e lutando pela sobrevivência! Talvez as pessoas pudessem se ver mais vezes e com um aproveitamento melhor do tempo! A saudade provavelmente seria morta com mais facilidade e sem muita burocracia! As famílias iriam se reunir mais e com grandes possibilidades de muito mais risadas do que brigas e bebedeiras fúteis!

Os cemitérios? Nem seriam conhecidos! Até porque não enterraríamos ninguém! Não seria bacana não ter velório de ninguém? Claro que seria! Ter seus pais e amigos que já se foram tão perto da gente e sem enfrentar o terrível e angustiante medo da perda deles! Bom, isso seria um sonho louco se não fosse uma realidade mais próxima do que você pode imaginar! Um dia isso tudo vai acontecer e será um dia lindo onde o céu vai descer e vai deixar de ser uma ideia teológica para ser o nosso lar, a nossa casa onde o pecado será apenas uma lenda, sem poder, sem efeito, sem existência!

domingo, 29 de janeiro de 2012

E Aí? Alguma Novidade?


Quando você pega o boletim todo o domingo, tenho certeza que expectativas inundam o seu coração, mesmo que sejam pequenas. Pelo menos, você espera algo de novo, algo que chame sua atenção, mas me permita dar um aviso: nāo há nada de novo debaixo do sol (Ec. 1:9b). Que constataçāo mais pessimista, e iniciar a semana com esse diagnóstico nāo traz muita esperança! Que tédio!

O Eclesiastes nos desafia a pensar e, como disse o Pr. Ed René Kivitz, "pensar dói". O pensar exige de nós a capacidade, ou pelo menos a tentativa de viver acima da mediocridade. O sociólogo Luiz Pondé diz que "o Eclesiastes deixa claro que o Deus de Israel nāo gosta de covardes". Eu lhe convido, na verdade lhe desafio a olhar a vida de uma maneira mais profunda e séria, sem os clichês "gospel".

Diante do desabafo sincero do Pregador, e talvez de muita gente, abre-se a porta para o que de fato é novo, ou seja, a singularidade. Todo dia nasce alguém até que esse "alguém" é seu filho. Sempre há uma novidade pra se viver quando se encara o desafio de entrar ma rotina da vida como se fosse a primeira vez. Como disse Peter Pan, personagem da obra homônima do escritor escoçês James Barrie: "Viver é a maior de todas as aventuras". E por que nāo cantar juntos com Gonzaguinha: "Viver e nāo ter a vergonha de ser feliz..."

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Os Que Vencem Ao Fracassar




Em tempos de teologia da prosperidade, dos “mais que vencedores”, daqueles que decretam e “deus” faz, dos que não adoecem, não se deprimem, comem das “iguarias da terra” e desfrutam do “melhor” que lhes está “reservado”, eu confesso: sou um derrotado!


Provavelmente não há esperança para mim... Existo em meio a contradições, minha alma está dividida, estou em “milhares de carros, eu estou ao meio”. A grande maioria dos meus sonhos nunca se cumpriu, boa parte dos projetos que idealizei deu em nada, já trabalhei sem ter resultados, me senti por vezes como Sansão, rodando a grande roda de moinho da vida sem sair do lugar.

Mesmo dizendo para mim mesmo que “tudo posso naquele que me fortalece”, continuo sentindo medo. Há “fantasmas” percorrendo as ruas sombrias da minha alma, lembranças que me atormentam, “vozes” que me assustam. Não raro sinto um aperto no coração, falta de ar, falta de espaço, falta de chão! Eu bem que queria ser daqueles que nunca retrocedem, que derrotam os “gigantes” e jamais caem na “batalha”, mas a verdade é que sou frágil, me canso, me desmotivo, sou como um qualquer, sou genérico, ainda que desejasse ser singular...


Como disse o Lulu Santos em sua canção, “já não tenho dedos pra contar de quantos barrancos despenquei, e quantas pedras me atiraram, ou quantas atirei”. Já me meti em muitas enrascadas, fiz escolhas desastrosas, perdi tempo, perdi dinheiro, perdi amigos, perdi vida, essa coisa preciosa que não se pode recuperar, vida que escorreu pelos meus dedos, seiva que se foi como um rio pelo esgoto do cotidiano.


Na verdade, “eu não sou um homem; sou um campo de batalhas” como afirmou Nietzsche. Dentro de mim há fogo, dores, desencontros e paradoxos. Estou em “guerra” contra Deus, contra o meu semelhante, contra mim mesmo. Luto para saber quem sou, por que sou, de onde vim, para onde vou? Por vezes eu tenho as respostas, já em outros momentos sinto-me suspenso, dependurado sob a navalha da verdade, encurralado entre a razão e a fé, entre o real e o intangível.


Mais há uma fagulha em mim que teima em não apagar. Mesmo reconhecendo que perdi muitas coisas, nunca se extinguiu a paixão que sinto por Deus. Ainda que eu esteja neste atoleiro existencial, onde não se vai nem para frente nem para trás, continuo crendo, pois existir é absurdo, é contra-fluxo, é contra-mão.


Eis, então, surge a “dialética de Paulo”: “de todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos”. Talvez lhe pareça o coro dos insensatos, mas não é. É paradoxo, é mistério, é, sem dúvida alguma, incompreensível tentar compreender com as lentes da razão aquilo que só pode ser discernido pelo coração.


Talvez seja por isso que eu continuo, insisto, não desisto. Há dias que estou de pé e outros nos quais me arrasto pelo chão gelado do inimaginável. Vou, como diz Che Guevara, “derrota após derrota até a vitória final”. Faço como me ensina a Escritura, “diga o fraco: eu sou forte”.


E quem foi que disse que só se vence quando se ganha? Que nada! Muito pelo contrário, há vitórias que só podem ser atingidas quando se é “derrotado”, pois é “morrendo que se vive para a vida eterna”! E aqui eu lhe afirmo: existe, sim, aqueles que só vencem ao fracassar, os que abriram mão de ser qualquer coisa que não seja em Deus.


Num mundo feito apenas para os “campeões”, prefiro ser perdedor. E se você quiser saber o que é derrota, eu vou lhe dizer, nas palavras de Martha Medeiros: “derrota é quando a gente ganha dos outros, mas desiste de si mesmo”. A bem da verdade, já desisti de mim muitas vezes, e só continuo por aqui porque “Ele” jamais desistiu...


By Carlos Moreira (co-editor do blog Genizah)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Me Pala Bas


Sempre que existe algum de tipo de situação ou alguém com falta do chamado desconfiômetro logo se entende que a pessoa ou a situação em questão não captou bem a mensagem do ditado popular que diz: “Para um bom entendedor...”. Na realidade, entender o ser humano e seus desdobramentos resultando nas conhecidas situações chamadas “mancadas” ou “desaforo” não é lá uma tarefa para heróis. Essa é uma tarefa para gente normal que entende as discordâncias e incoerências humanas. Mas se alguém insiste no auxílio de m herói, que ele seja então um de nós, não um alienígena com super poderes.

Ao mesmo tempo, o homem é e também não é; pensa e ao mesmo tempo não pensa; entrega-se e se abre emocionalmente para alguém ou para algo e ao mesmo tempo se fecha e se torna alguém amargurado. É um poço de decisões indecisas e é a melhor de todas as criaturas, pelo menos para os otimistas.

É um milagre se você encontrar um bom entendedor hoje em dia. Diante de tanta correria e de tanto stress, ser um bom entendedor é um desafio, muito mais que uma virtude. Entender o outro requer colocar a si mesmo no lugar do outro. Quem está querendo isso hoje? Quem é o herói que se põe no lugar do outro e compreende seus medos e suas inseguranças? Na cultura atual reza-se muito mais pela valorização pessoal do que pela valorização coletiva. Eu posso até amar o outro, desde que ele ou ela me ame primeiro; eu até penso em perdoar, desde que a pessoa venha e se ponha de joelhos diante da minha presença e peça perdão aos prantos e berros.

Pedimos por bons entendedores, mas ninguém se habilita. Aliás, temos alguns dentro dos consultórios terapêuticos que aceitaram o desafio, mas há uma ajuda de custo para este fim. Diante de um quadro tão desesperador, quem poderia nos ajudar? Claro que não seria o Chapolin, apesar de ser uma opção a se considerar, mas deveria ser alguém real, alguém que fosse humano e que entendesse os sofrimentos e as alegrias de todos nós sem jogar nada na nossa cara depois.

Precisávamos de um Redentor, mas também de alguém que nos ensinasse a ser gente melhor, a sermos amigos melhores, a sermos pessoas mais próximas do ideal e uma das outras sendo esse alguém, ou seja, mostrando que é possível entender ser compreendido, mesmo que não fosse unânime. Aliás, esse humano perfeito não deveria buscar unanimidade, e sim buscar faíscas humanas no ser humano e lembrar esse humano que não existe nada melhor do que ser apenas humano. Sabemos que o processo é longo e não poucas vezes doloroso, mas é na dor de parto que um ser novo começa a viver fora do útero.

Para um bom entendedor, na verdade, não é preciso palavra alguma, e só houve um Entendedor que nem precisou só das palavras; Suas ações gritaram pelos becos e favelas, pelos prédios e pelos condomínios, pelos templos e pelos montes. Na cruz, meias palavras foram um meio para transmitir verdades inteiras atingindo entendedores recém-nascidos.

Medicina Alternativa


William Shakespeare imortalizou uma história de amor que acabou em tragédia. Uma maneira de se interpretar o conto é dizer que o ódio e o orgulho das famílias rivais falaram mais alto ou, para ser mais direto, foi mais importante que o amor entre os dois jovens amantes; membros de famílias diferentes.

Romeu e Julieta são ao mesmo tempo uma celebração do amor e uma denúncia. Eles expõem para o mundo inteiro um dos maiores males, senão o maior, do ser humano, a saber, a dificuldade beirando a impossibilidade de perdoar. O casal precisou morrer para poder ficar juntos. Queriam enganar a morte, mas a morte não se engana, ela precisa ser vencida. Vencendo-a, não existe melhor aliada. Ao invés de viver uma vida juntos, Romeu e Julieta perceberam que suas famílias não se entendiam, seus entes preferiram o ódio, optaram pela raiva que depois de anos só existia por causa de uma tradição e nada mais.

E se houvesse perdão? E se houvesse uma possibilidade de convivência respeitosa? Afinal de contas, os filhos se amavam e eles são, ou deveriam ser mais valiosos que qualquer briga. A vida da gente se confunde um pouco com a vida desse casal. Às vezes, percebe-se que é melhor deixar do jeito que está, isto é, não motivado por sabedoria, mas por orgulho. Não há possibilidade de cura por meio do perdão se o orgulho for mais forte.

Perdoar não é fácil, mas conviver com a mágoa todo o momento trazendo à nossa memória dores causadas pelos outros e corroendo a alma dia após dia é insuportável. Mas na maioria das vezes optamos por esse caminho, preferimos sofrer calados a sofrer as dores da cura interior. Anestesiar a alma com desculpas e razões egoístas é mais fácil que mexer na ferida até cicatrizar, mas mais cedo ou mais tarde a anestesia passa e voltamos a encarar a realidade dos fatos. Alguns preferem se drogar novamente, outros escolhem passar pelo tratamento do perdão, pelo processo curativo de deixar viver o outro e a si mesmo.

Voltando ao romance shakespeariano, a morte do casal trouxe reconciliação entre as duas famílias. A tentativa de fuga se transformou no mais famoso suicídio da dramaturgia, mas também trouxe luz às duas maiores verdades universais: “É melhor prevenir a remediar” e “Perdoe as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Se houvesse uma reconciliação antes, se a chance de um diálogo pudesse encontrar lugar na historia, se o orgulho fosse apenas coadjuvante e não um dos principais protagonistas talvez o final fosse diferente.

Deus, entendendo nosso orgulho e não aceitando a situação de separação de Sua mais bela e perfeita obra, resolve “se matar” para que houvesse reconciliação entre Criador e criatura, entre Pai e Seus filhos rebeldes. Diferentemente da peça teatral, Cristo volta à vida possibilitando o efeito poderoso do perdão e também se abre a porta de uma segunda chance para a humanidade. Cristo ensina que o perdão vem através de sangue, suor e lágrimas; não é uma escolha fácil de tomar, mas não há nada nesse mundo mais forte e libertador que dizer “eu te perdôo”. Não é um processo simples e indolor, como alguns podem achar, mas é o único que possibilita o homem gerar vida no outro e permiti-lo experimentar a plenitude da vida.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tudo No Todo


Todos têm a mania de montar uma lista de prioridades da vida. Em primeiro lugar Deus, depois família e o que vem em seguida pode variar de posição, inclusive as duas primeiras citadas. Mas eu sempre me confundia com minha própria lista. Deus sempre esteve em primeiro lugar, mas as outras coisas nunca se acertaram. Sempre uma coisa tomava o lugar da outra dependendo das situações e do meu humor. Na verdade, diante de tantas mudanças eu não percebia que não tinha nenhuma delas.

A mensagem de Cristo é diferente das mensagens das prioridades. Todas as coisas são Dele, são para Ele e por Ele. O sonho da noite, a música que anima e a que faz refletir, o poema que faz a gente entender melhor a vida, as peças teatrais e literárias, todas as coisas estão e são em Cristo completas.

Depois de Cristo não há prioridades, há apenas uma compreensão de que ou se tem Cristo e com Ele todas as coisas ou não se tem nada. A plenitude, ou seja, o completo significado e a completa essência de algo só encontram seu valor real quando olha para o Criador e Consumidor de tudo.

A música tem seu valor mínimo quando feita para apenas ganhar dinheiro; um meio para conseguir realizar desejos e prazeres. Mas quando feita com toda a beleza , simplicidade e seriedade que ela normal e naturalmente requer, aí então se percebe que foi feito música e não algo que se pareça de maneira bem medíocre com ela. CS Lewis dizia que desejava a Cristo e não algo que se parecesse com Ele.

Quando todas as coisas são compreendidas dessa forma, não há pódios ou lista dos tops mais. Não há lugar para primeiros e nem últimos. Há apenas um lugar, o Único lugar. Cristo jamais intentou dividir as coisas em prioridades, rebaixá-las ou elevá-las a certos níveis de importância. Ele é tudo e o tudo é Ele; só que infinitamente mais completo.

Estando em Cristo, você pode encontrar sinais da graça em todas as partes da criação. Não estando em Cristo você só enxerga as desgraças da queda. Se escolhermos, pela graça e fé que não vem de nós, a Cristo, escolhemos com Ele todas as coisas, se O negamos, também negamos todo o resto. O mundo nos é dado desde que creiamos no Único Provedor. Sem Ele nada do que foi feito se fez ou seria feito.

No sermão do Monte, Jesus disse que os seus discípulos deveriam buscar o Reino de Deus e sua justiça e as demais coisas seriam acrescentadas. Aqui não há uma ordem de prioridades, apenas uma constatação de fatos. Se buscarmos a Jesus, que é a justiça do Reino em pessoa, todas as demais coisas virão. Não é uma ordem ou promessa, e sim uma afirmação de que com Ele temos todas as coisas e somos livres para escolher aquilo que melhor O elogiaria. Se não O buscamos e O negamos, temos e somos absolutamente nada e não estaremos em lugar nenhum. Estaremos perdidos nas nossas inconstantes prioridades que nunca conseguimos priorizar.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Chaves do Evangelho

Quem nunca assistiu ao programa de humor infantil chamado “Chaves”? Creio que todo mundo já viu pelo menos um episódio, mas o que poucos sabem é que o nome “Chaves” é uma versão traduzida do original mexicano “El Chavo” que significa “o menino de rua”. “Chaves” nada mais era que o menino pobre, sem nome, que morava na casa de número oito. Roberto Gomez Bolaños, o criador do personagem e de tantos outros, pensou na história de um cortiço onde mora um desempregado com sua filha, uma viúva que se acha a dona do pedaço e seu filho mimado, uma aposentada e um menino de rua; e ainda tinha o senhorio, o dono do cortiço que vinha todo mês cobrar o aluguel! Critica social e humor estão presentes como ingredientes principais dessa obra televisiva.

Mas minha idéia aqui é usar uma frase totalmente despretensiosa de um dos episódios onde o Chaves diz: “Prefiro morrer do que perder a vida”! Tirando os erros gramaticais da frase, eu percebi algo aqui que o próprio Bolaños não intencionou dizer.

Numa das passagens mais desafiadoras da Bíblia, Cristo diz aos seus discípulos que quem vive por viver, vive em favor de si mesmo e de forma egoísta não vive e não tem vida; mas aquele que perde sua vida, ou seja, vive sob custódia do amor de Cristo, sob custódia do próprio cristo, isto é, Cristo ser o dono do meu nariz, não morre, mas vive.

Quando Chaves disse a frase foi para fazer uma piada redundante, mas para Cristo não redundância alguma. Morrer é diferente que perder a vida, na verdade, perde-se a vida em vida e não na morte, e a vida começa a ser plena na morte.

Em outra ocasião, Cristo afirma que aquele que acreditar Nele, ainda que morra, viverá. Não é um paradoxo? Não cria uma confusão? Claro que cria na cabeça de alguém que pensando que a vida se resume nas experiências daqui dessa terra. Paulo, o apóstolo, diz que viver é Cristo e morrer é lucro. Como assim? Paulo disse simplesmente que é possível viver ou experimentar viver o que é vida plena a começar daqui e também é possível morrer ou experimentar a nulidade causada pela morte ainda que estejamos vivos e de olhos bem abertos. Dessa forma, é possível acreditar em mortos-vivos!u prefiro morrer a perder a vida, porque a morte não é mais problema para os que estão em Cristo, para os que acreditam que Cristo venceu a morte e agora nada nos separa da verdadeira vida, sem as marcas da dor, sem o cheiro da morte!

á uma segunda chance para aqueles que acreditam na vida sem a morte Pelo fato de Cristo ter matado a morte, não há um fim para o filho de Deus, mas um novo começo ou talvez o verdadeiro começo.

Se você for alguém que pensa que a vida se resume às riquezas e do dinheiro, pode se considerar a pessoa mais miserável, mas se você for alguém que sabe que todas as riquezas e todo o ouro e todos os carros e todas as roupas de marca são apenas rabiscos desenhados por uma criança perto de todo do tudo que está sendo guardado para ser entregue a todos os homens, então pode se dizer que você prefere morrer do que perder a vida.

Já Desabrochou


Imagine uma rosa, agora tente imaginá-la com um caule lindo, comprido, grosso e sem espinhos. A felicidade da Rosa estava em ser admirada, tocada, e às vezes colhida para servir de uma espécie de presente comparativo, ou seja, presenteava-se alguém com rosas, especialmente mulheres, comparando a beleza e a perfeição da Rosa com a pessoa amada.
Havia uma regra no Jardim onde essa Rosa estava plantada. A norma era simples, mas com conseqüências trágicas se houvesse o descumprimento dela. Era dito que se o representante de toda a criação, de todo o Jardim, chamado Homem, comesse certo fruto proibido todo o Jardim sofreria uma transformação, uma maldição. Nessa maldição o Homem não seria mais Homem, seria apenas homem; a Rosa não seria bem uma Rosa e o Jardim não seria mais aquele Jardim!
O pior aconteceu! O Homem comeu do fruto proibido, a maldição caiu sobre todo o Jardim e a Rosa sentiu dores piores que as de parto, pois começavam a crescer em seu caule, que agora era mais fino e frágil, espinhos duros e pontiagudos. Agora a Rosa machucava, agora a Rosa causava uma nova sensação chamada Dor por causa dos espinhos. Olhando para os espinhos, a Rosa não se reconhecia mais. Tudo havia mudado!
As rosas não mais se abraçavam ou dançavam juntas, não mais se encostavam, doía demais estar junto. Os espinhos não deixavam que ninguém se aproximasse demais delas. A Rosa percebeu que a mesma coisa estava acontecendo com todo o Jardim. Ao invés de estarem juntos, todos estavam se afastando. A aproximação causava Dor e ninguém queria sentir dor, mas também ninguém queria estar sozinho. Os habitantes do Jardim agora estavam criando formas de estarem juntos sem se machucarem, mas nada resolvia porque cada um tinha um jeito de machucar e um jeito de ser machucado!
Só havia um jeito! O Criador e Rei do Jardim Encantado conversou com Seu Filho único e disse que somente a morte Deles resolveria o problema da maldição. Todas as dores e machucados que deveriam ferir ainda mais o Jardim, cairia sobre Eles. Para concluir o plano, o Criador e o Filho se uniram à forma humana e justos formaram o que se chamou de Homem Deus. Homem Deus realizou feitos incríveis chamados de Milagres, que são pequenas amostras de como o Jardim seria sem a maldição. Mas a Serpente, que havia se conformado à maldição, planejou a morte de Homem Deus, mas o que ela não sabia era que a própria morte Dele era parte do plano.
A Serpente consegue convencer o Jardim a matar Homem Deus. Pregado na árvore do fruto proibido, Homem Deus grita com suas últimas forças que tudo estava resolvido. O grito foi ouvido em todas as partes e todo o Jardim foi liberto da maldição. O que a Rosa não entendia era que ela ainda tinha espinhos, mas ela também não entendia matando um inocente a própria Morte é vencida. Homem Deus volta à vida, mas sem espinhos. Estava sem dores e sem machucados, apenas a marca que lembrava todo o Jardim que não havia mais maldição. Isso fez a Rosa imaginar que no verdadeiro Reino de Homem Deus é possível viver sem espinhos e sem dor.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Primeiro Olhar


José não pediu para ser cego, aliás, muita coisa passou pela sua cabeça a respeito das possíveis causas de sua cegueira. A mãe, uma adolescente, ter fumado durante a gestação, a rejeição por parte do pai, um problema no parto, uma série de coisas inundava a mente de José. Desde criança ele ouvia muito a respeito das cores, das formas das coisas, dos rostos das pessoas, mas como explicar “loiro” para alguém que nem sabe o que é amarelo? Ele apenas imaginava, porque a única cor que ele conhecia era preta, e de vez em quando, um vermelho crepúsculo. Até isso ele não sabia!

O seu tato e olfato melhores do que qualquer amigo ou familiar. Sabia qual era a pessoa à sua frente tocando-lhe o rosto e, às vezes, pelo cheiro do perfume. Sua audição também muito apurada sabia reconhecer quando era o avô que falava ou quando era a mãe que chegava do trabalho. A avó cantando na cozinha fazendo nhoque e o molho de tomate era de aumentar a fome e o sossego no coração. Digamos que foi uma infância um tanto difícil, principalmente quando seus primos iam para a praia e não o chamavam, diziam que ele “dava muito trabalho”, mas José teve seus bons momentos quando no primeiro Natal em que ele passou com toda a família reunida e ele teve que adivinhar seus presentes tocando nos embrulhos. Foi inesquecível!

Na adolescência, a descoberta de um sentimento um tanto estranho. Ele estava se apaixonando por uma menina, ele se encantara com sua voz e pela sua delicadeza. Quando ela o ajudava com os afazeres da escola, ele sentia o perfume e conseguia sentir a pele daquela que tinha roubado seu coração. Mas como amar alguém que nunca viu? Os meninos do bairro o apelidaram de Zé Ceguinho, que ficou com ele até o último dia de sua vida e que ele nunca gostou de verdade. Como ela amaria ou se casaria com o “Zé Ceguinho”? A grande maioria das pessoas se achava superiores ao Zé, se não superiores tinham pena do pobre rapaz que não podia ver. Ele acaba desistindo de amar, de se abrir, mesmo que um ou dois amigos o tivessem incentivado.

Um convite inesperado aparece. Um acampamento de jovens cristãos num lugar super bacana não parece uma má idéia. Ele vai e numa noite as estrelas brilharam mais fortes e, mesmo que seus olhos de carne estivessem escurecidos, os olhos da alma se abrem e ele consegue ver o que muita gente boa de vista não vê; a face de Deus revelada em Jesus. Lágrimas caem de seus olhos e seu amor é correspondido não pelo fato de ele ser cego, mas justamente porque José conseguiu ver Deus em sua cegueira. Entendeu que o fato de ser cego não era um limite, mas uma maneira livre de pensar e criar as coisas da forma como quisesse, como Beethoven sendo surdo criava as melodias que queria.

Os anos passam e o Zé Ceguinho morre. A escuridão agora se transforma em uma forte luz. É a primeira vez que ele abre os olhos e a primeira coisa que o Zé vê é a face de um homem sorrindo, mas ele sabia que não era um homem qualquer, era o rosto Daquele que devolve a vista ao cego, era Aquele que tinha cumprido com tudo que havia prometido. Como de costume, Zé toca a face de Jesus e diz: “É verdade mesmo que nem olhos viram e nem ouvidos ouviram e nem jamais entrou em coração humano o que o Senhor tem preparado”.

A (In)Diferença Cristã


Não precisamos derrotar nossos medos, basta lutar contra eles. Não precisamos tratar o pecado e o pecador com uma pseudo justiça e uma falsa moralidade, apenas enfrente as dificuldades humanas de forma honesta e curadora. O grande problema é que não estamos dispostos a lutar por mais nada. Lutar contra o pecado é lutar por seres humanos melhores e sem máscaras. O que mais se tem é gente querendo esconder o que não deve ser escondido. É o mesmo que ir ao médico e não dizer os sintomas, ou mentir dizendo que não está sentindo nada.

A grande diferença cristã nesse mundo maluco de incoerências é não criar diferença nenhuma. O problema é que criamos um gueto onde só se entra ou só se sai seguindo alguns rituais ou dogmas produzidos ao longo da história, ou vestindo determinados tipos de roupas, ou tendo um penteado caracterizado, ou falando uma língua “evangeliquês”, tudo se resumindo a usos e costumes.

O cristão é um ser humano como qualquer outro, mas que tomou a decisão de lutar contra seus desejos ao invés de cruzar os braços e deixar que a vida o levasse para qualquer lugar ou situação. O cristão não se preocupa em ganhar ou perder, ele se preocupa em entrar na briga. A vitória é dada àquele que se dispõe a enfrentar as filosofias e os comportamentos que querem transformar o ser humano na pior das criaturas divinas, sendo que Deus quando cria o homem diz que é muito bom. Portanto, se o Criador diz que sua criação é muito boa, isso significa que um valor divino foi depositado em cada ser humano vivente na Terra. Não há uma pessoa sequer na Terra em que Deus tenha se arrependido de ter criado. A questão é que durante suas vidas, algumas criaturas se acharam no direito de seguir em frente sem a permissão e o cuidado de Deus. Deus, sendo pai bondoso e conhecedor de todos os futuros de todas as histórias, deixa ir, na esperança do retorno de seu filho ao lar.

Combater o bom combate não significa que a pessoa tenha ganhado, apenas que valeu a pena não ter desistido de lutar. É matando um leão por dia, engolindo sapo e dando meia volta onde parecia ser certo prosseguir que o cristão se converte em ser humano. E o ser humano se converte em cristão quando reconhece que só consegue lutar dessa forma através da força, da graça e da presença de Deus.

A Bíblia diz que os tímidos não herdarão o Reino. O Livro não fala da personalidade da pessoa, mas sim da covardia, da timidez diante da escolha a ser tomada. Aqueles que insistem em lutar, aqueles que não abaixam a guarda, aqueles que choram quando não encontram forças, mesmo persistindo o desejo de continuar na batalha, aqueles que de joelhos não cansam de pedir por reforço constante não serão envergonhados, ainda que tombem na terra, serão coroados na eternidade.

O cristão que quer fazer diferença siga essa simples verdade: combata o bom combate, não desista de insistir em acreditar porque Ele está a caminho. Quando Ele chegar, o tempo das batalhas se encerra e o tempo de revelar de que lado lutamos se inicia.

Além da Imaginação


Tem gente que me pergunta se eu já vi um milagre. Respondo que vejo vários a cada dia. Basta ter olhos abertos, uma mente ativa e um coração disposto a se surpreender! Muito se fala sobre fé hoje em dia, mas pouco se fala sobre a verdadeira fé, aquela que é capaz de enxergar Deus no meio de tanta bagunça que está esse mundo.

A minha abordagem é um pouco diferente e não convencional. Não estou aqui para falar de uma fé em que você determina e as coisas acontecem. Esse tipo de coisa é o mesmo que dizer ao sol onde, como e quando ele deve brilhar. Vou falar da fé em que Ele determina e as coisas acontecem! Deus o tempo todo trabalha esse tipo de fé nas pessoas, esse que é o verdadeiro estilo de fé, o real estilo de Deus agir, ou seja, através da imaginação. Por isso afirmo com todas as letras, categoricamente: sem imaginação/fé é impossível agradar a Deus. Parafraseando o versículo de Hebreus 11.

Vou usar alguns exemplos que ilustram o que estou afirmando. Moisés diante do Mar Vermelho e atrás dele o exército de Faraó. Para Moisés não tinha solução, mas para Deus tudo tem solução. Deus pergunta para Moisés o porquê que ele e o povo estavam parados; eles deveriam marchar. O Eterno determina que Moisés levante o cajado; ele o faz e o Mar se parte em dois e a galera passa com os pés secos. Moisés e Deus se entenderam nessa hora e tiveram a imaginação/fé de que o mar poderia se abrir. Ainda no deserto o povo com fome e durante quarenta anos foram alimentados por Deus através de uma comida vinda do céu que não tem tradução, mas ficou conhecida por Maná, e o povo não enjoava. Imagino que cada dia esse Maná tinha um gosto diferente a gosto do freguês.

Mas têm momentos em que nossa imaginação não bate com a imaginação de Deus. E o que fazer quando isso acontece? Tem hora que a gente acha que a nossa imaginação é mais bonita e mais perfeita que a de Deus, que os nossos sonhos são mais corretos e mais justos que os Dele, que a nossa vida estaria melhor se Ele não interferisse tanto! Mais uma vez o problema não está em Deus, e sim, na maneira como aprendemos a entender Deus. Ele tem pensamentos maiores a respeito de nós, porque os nossos pensamentos são limitados como nossa imaginação/fé é. Somente quando entramos em contato com os pensamentos de Deus; e isso através de muito atrevimento em querer experimentar Deus, é que podemos conseguir o impossível se tornar possível, o inimaginável se tornar imaginável, o irreal se tornar real, a montanha se mover de um lugar para o outro e por fim se jogar no mar.

Quando disse que vejo milagres todos os dias é porque vejo todos os dias minha esposa se levantar de manhã para trabalhar porque ela sabe que Deus vai honrar seu esforço, quando vejo uma mãe que luta contra o mundo inteiro para resgatar seu filho das drogas e, às vezes, consegue, quando vejo um pai ralando todo dia para ver seus filhos bem educados e melhores que ele em conhecimento e oportunidades, quando vejo filhos ralando de estudar porque sabem que podem encontrar e construir um futuro melhor que o presente, quando alguém lê esse artigo e pode imaginar, e ao mesmo tempo, ter a percepção real e, talvez, palpável de uma necessidade suprida, um sonho realizado e uma vida realizada.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Palhaços, Mendigos e Falsos Profetas


Já na antiga Grécia se falava sobre essas figuras patéticas. Platão, no seu livro A República, os chamava de “mendigos e adivinhos”, gente que manipulava a fé dos gregos nos deuses para fins lucrativos, e ao mesmo tempo a própria população grega os usava para tentar ludibriar ou subornar os deuses com oferendas e sacrifícios. Creio ser de uma indelicadeza de Platão chamar gente tão mesquinha de “mendigos”. Talvez ele tenha pensado que eles estavam “mendigando” honrarias e prêmios.

O tempo passa, o mundo sofre transformações gigantescas, mas percebe-se que o homem continua o mesmo. Suas carências, necessidades e desejos estão presentes em todas as eras e impérios; e junto disso aparecem em cena os famosos aproveitadores que tentam, com algum sucesso, manipular corações atribulados com o fim de glorificar apenas um deus: eles mesmos. Há líderes religiosos na televisão e na rádio, tanto na nossa região como no nosso país e no mundo que dizem servir a Deus, mas são amantes das riquezas. Sua aliança não é com a Cruz, é com o seu e o meu bolso. Enquanto você compra as toalhinhas da cura, recebe os abraços da prosperidade, paga os horários caríssimos do canal de televisão, você é boa gente; se não, você está em pecado e muito provavelmente não tem fé e, portanto não tem a benção de Deus. Ah, faça-me o favor!

Gente desse porte Jesus chama de “falso profeta”. Tudo que eles dizem Deus não mandou dizer. Tudo o que eles profetizam Deus não profetizou. Tudo o que eles pedem Deus não pediu. Tudo o que eles manipulam Deus vai prestar contas. Outro nome dado a eles é de “sepulcros caiados”, ou seja, túmulos bonitos e bem ornamentados por fora, mas por dentro só carregam mau cheiro, carne podre e morte. Se não há vida nesses “profetas”, como podem falar sobre a vida? Como podem ensinar a viver? O que eles ensinam são morte e desesperança. Nada do que podemos fazer, dizem eles, pode acalmar o coração de Deus. Por isso a necessidade de sempre “ofertar” a Deus nosso dinheiro, posses, riquezas, coisas e nunca o coração. Para esses ladrões da alegria e da fé, o coração não basta. Entendam isso: nada do que podemos fazer, ou para mais ou para menos, fará Deus nos amar mais ou menos. Ele nos ama pelo que somos, e não pelo que podemos fazer por Ele ou para Ele. Os manipuladores existem porque tem gente que insiste em manipular a Deus.

Mas ainda restam aqueles que não seguem essa maré. São artistas, palhaços e andarilhos que não se vendem e não compram escravos. Pelo contrário, por onde passam causam um fantástico reboliço na vida da gente trazendo alegria e a experiência da verdadeira liberdade. Palhaços nos avisam todos os dias: “Como a graça de Deus nos faz felizes e seres humanos melhores”. Andarilhos nos lembram como é importante amar as pessoas e usar as coisas e não amar as coisas e usar as pessoas. Os artistas nos fazem imaginar pessoas vivendo em paz, sem disputas religiosas e de poder e nos fazem acreditar que dias melhores ainda podem vir. Esse tipo de gente Deus tem amizade e intimidade. Escutem o que eles têm pra dizer, pode ser que o próprio Deus esteja querendo aumentar o número de amigos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Uma Nova Utopia, Um Convite Urgente


Todo mundo um dia teve vontade de jogar tudo para o alto e recomeçar a vida, mas faltou coragem. Sentia que o casamento não ia bem, os negócios sempre na corda bamba e a gente com a corda no pescoço. O marasmo da vida, a rotina, o mesmismo, todos esses nomes nos assustam e com razão. Lemos os livros de aventuras ou assistimos aos filmes desses livros e sonhamos em ser os aventureiros, os heróis dessas histórias e no final de tudo perguntamos: “Por que isso não acontece comigo?”.

O Cristianismo verdadeiro tem uma proposta que satisfaz esse desejo de todo ser humano que é o desejo de encontrar valor na vida, mais especificamente o seu próprio valor. Mas dentro dessa verdade não se encontra valor próprio sem o outro; sempre o outro tem algo para nos acrescentar. Agora, com isso em mente, precisa-se entender que existe O Outro, ou Aquele que sem o qual não existiria nenhum outro ou nenhuma outra. Ou seja, sem a fonte de tudo o que se conhece e não se conhece nada do que foi feito seria de fato feito.

Cristo é esse Outro que não cabe apenas em idéias e conceitos religiosos. Não cabe em dogmas ou doutrinas. Cristo é revelado em pessoas à Sua imagem e semelhança. A conversão é o movimento do coração e da mente que entende que não somos donos dos nossos narizes, como se diz, mas somos cooperadores, filhos, amigos e dependentes do Outro e de outros também. Alguém que se converte começa a ter a capacidade de encontrar os atributos de Deus em todas as áreas da vida como as artes, entretenimento, esportes e tantos outros. É o início de uma percepção mais santa, mais apurada e divertida.

De fato, o novo assusta. Não estou falando de uma nova religião, mas de uma nova maneira de ver e de viver a vida. Além de assustar, o novo causa preguiça. A gente não quer mudar de vida porque do jeito que está, mesmo sendo a mais chata das situações, todo mundo está assim. Então, pra que mexer com quem está quieto? É cômodo. Mas se isso fosse verdade o racismo continuaria forte nos Estados Unidos, a ditadura e a escravidão ainda reinariam no Brasil e não teríamos nenhuma história bacana pra contar para nossos filhos e netos.

A verdadeira mensagem de Cristo é uma utopia possível. Utopia por ser considerada louca, revolucionária e impossível aos olhos do homem, mas possível porque quem realiza a revolução é Aquele que faz homens considerados poderosos demais se ajoelharem e aqueles que estão de joelhos permanecerem como estão. Ser o novo é fazer o contrário possível.

A maior contradição da história foi personificada em Cristo. Deus que se faz homem ensinando o homem a ser mais humano. E ao fazer isso, o homem de torna mais divino, portanto mais próximo de Deus e cumprindo seu papel de ser Sua imagem e semelhança.

Há duas maneiras de viver a mesma coisa: jogue tudo para o alto como um sinal de desistência e de completo desejo de anarquia e desorganização da vida ou faça a mesma coisa, mas com um desejo apaixonado de reorganizar sua vida e também como um ato sincero de reconhecimento Àquele que faz novas todas as coisas.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Um Lugar para se Acreditar


Por que se despedir é tão difícil? A impressão que se tem é que todos os pecados são redimidos e perdoados; tudo é facilmente esquecido e as qualidades ficam mais evidentes. Dizer adeus a alguém querido não das mais fáceis tarefas que a vida nos obriga fazer, mas poucos; diria raros são aqueles que conseguem se preparar para esse momento. E para aqueles que não conseguem? E para aqueles que são surpreendidos com aquela notícia que todo mundo tem medo de ouvir e de falar? É... não é fácil dizer adeus.

O céu está reservado para aqueles que insistem em se manter na teimosia de acreditar que as coisas podem melhorar e que Deus sabe o que faz. Ainda que soe como clichê ( e eu detesto clichês), essa coisa de dizer: “Deus sabe o que faz” soa mais como um grito de esperança da alma, é algo em que ela pode se apegar, mesmo que às cegas. Pra mim, é uma declaração da mais pura fé.

Para esse tipo de gente, o céu não é mais uma esperança distante, mas um lugar real, um destino certo, a volta para o verdadeiro aconchego. Eles sabem que para chegar lá há algumas regras, algumas leis de trânsito e um caminho certo. Para o céu não tem atalhos e nem pedágios. É um caminho apertado, estreito, difícil de percorrer, mas não é um tipo de penitência ou algo que deva merecer.

O céu é um presente dado de graça sem porquês ou comos; simplesmente dado, simplesmente presenteado. Não tendo data certa para ser presenteado, para nós passa a ser um presente de desaniversário, mas para Deus é uma data para se comemorar um novo nascimento, portanto um novo aniversário. O céu é onde as aulas terminam e as férias começam, é onde os hospitais são lendas urbanas e as doenças puro folclore popular, é onde as lágrimas têm a conotação somente de alegria e onde a tristeza nem existe no dicionário. Nesse lugar mágico e real não há mais “adeus” ou “até logo”, mas sim eternos reencontros e novas descobertas.

Todo mundo quer ir para o céu, mas poucos aceitam o desafio de caminhar até lá. O céu existe assim como o inferno; ambos podem começar aqui. O único jeito de entrar lá é acreditando que esse lugar existe e que Deus o criou para você como um presente novo todo dia.

Diante de tudo isso fica a pergunta: quem na realidade está morrendo? Aqueles que já desfrutam e sabem o que significa paz ou aqueles que ainda sofrem as dores desse mundo? Insisto; o céu é para aqueles que passam a vida inteira sabendo que aqui nada mais é que uma viagem de volta pra casa.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Isso é Guerra!


Uma mãe que enterra seu filho antes da ordem natural das coisas. Um pai que rala todo dia, sua a camisa no serviço e nos ônibus, carros ou metrôs que o levam para o trabalho e no final do mês parece que o salário ri de sua cara e de seu esforço. Um filho ou filha que só queria brincar de uma forma mais perigosa. Queria subir aquela árvore mais alta, queria pular aquele muro mais alto. Mas a árvore agora se transforma numa viagem mais perigosa chamada “Droga”; o muro agora tem outro nome; é chamado de “Vício”. O que era para ser uma brincadeira de criança se torna problema de gente grande. Quando criança a gente queria ser grande, mas não dessa forma.

Os dias passam e dão a impressão que eles estão cada vez mais malignos, mais vazios, menos divertidos, menos interessantes. Já reparou que por mais que se tenham opções de programas a gente não desgruda o dedo do controle remoto da TV. Por mais que se crie atividades das mais variadas dentro da igreja as coisas parecem iguais. Por mais pessoas que tenhamos nas nossas redes sociais, a sensação é que a gente está falando sozinho.

Estamos numa guerra impiedosa; quer você queira ou não. Uma guerra pela alma desse mundo. É uma guerra entre a segunda chance da humanidade e a sua total condenação. De um lado um Homem/Deus ou Deus/Homem abre os braços e o peito para receber todos os tiros e balas perdidas em direção a cada um de nós. Do outro um príncipe caído, um anjo sem asas, a personificação do mal e seu maior significado. Ambos não desistem de seus objetivos.

Da mesma forma que Cristo não deixa de amar, o diabo não deixa de odiar. No meio disso tudo estamos nós; o alvo desse amor e desse ódio. Representamos o melhor de Deus, a obra prima do Eterno, a Mona Lisa, o teto da Capela Sistina, o jardim suspenso, as pirâmides, tudo o que é belo e de melhor, toda perfeição na relação Criador/criatura foi detalhadamente planejado e sonhado.

Mas também toda destruição e morte, todo desejo maldoso, toda mancha na pintura, todo defeito de fabricação encontrou lugar no nosso coração. Optamos por uma única fruta quando tínhamos todos os pomares do mundo. Preferimos a comida mofada e embolorada quando podíamos repetir todos os pratos e todos os sabores.

A guerra não está perdida. Somos como soldados feridos às portas da Grande Conquista. Os ferimentos doem e entram cada vez mais fundo na carne, mas Aquele que cura todas as feridas e enxuga todas as lágrimas está chegando. Aquele que faz coxos andar e cegos enxergar vem com paixão e fúria trazendo em suas mãos as nossas coroas.

Convoco todos os príncipes e princesas do Reino Celestial, todos os reis e rainhas do Céu a tomarem seus lugares ao lado do exército do Senhor dos Exércitos, a ficarem firmes em suas posições, a não desistirem de seus sonhos e de sua fé, porque Ele está chegando e não demora. Pois lembrem-se: ainda estamos em guerra!