terça-feira, 7 de julho de 2009

Ode A Humanidade!


Carregamos dentro de nós expectativas e sonhos que são tão fáceis de serem decepcionados e frustrados como um copo de cristal pode ser quebrado. O problema é o que fazemos quando tudo se vira contra nós e contra aquilo que tanto acreditamos ser certo. O problema está naquilo que decidimos quando a resposta para nossos objetivos é um sonoro “não”. O problema mora na perca da razão e nos tornarmos racionalmente incontroláveis.

Todos passam por sofrimentos e perdas. Quando era criança, tinha certa dificuldade de aceitar que eu tinha perdido alguma coisa. Não gostava de perder no jogo, não gostava de perder na escola, não gostava de perder alguém, não gostava de perder na vida. Nunca me dei bem com a perda de algo. Desde cedo nunca me dei bem com a perda de um ente querido, de um amigo ou de algum animal de estimação. Sempre busquei a vingança como forma de trazer uma medida de paz à minha mente perturbada. Achava que machucando os outros, eu me sairia curado. Ledo engano meu!

Percebi que nada me satisfazia mais ou me trazia mais orgulho, ainda que fosse muito sutil, a queda de alguém. Não sei; apenas me sentia entusiasmado com a idéia de compartilhar com alguém que uma pessoa da igreja, muito influente de preferência, sofreu uma queda e está sendo disciplinada. Ficava ainda mais feliz quando a pessoa em questão tivesse me causado algumas dores de cabeça ou pequenos incômodos estomacais.

Não sei você, caro leitor desse texto, mas me sentia bem de ter uma conversa sobre a vida alheia e com pessoas que pensavam iguais a mim. Sentia-me parte do grupo, sentia-me parte daquele reduto de marginais e assassinos espirituais que se achavam no lugar de Deus de julgar e massacrar a vida alheia. Não sei você, meu caro leitor, mas um dia já pensei em causar um transtorno apenas para mostrar quem realmente manda na zona. Apontar o dedo para alguém é tão bom, é tão prazeroso, dá-nos uma sensação de bem estar tremendamente incontrolável e quando nos damos conta já estamos com o dedo esticado para os outros sem ao menos perceber que existem três diretamente apontados para nós mesmos.

No início disse que gostava que as pessoas se machucassem por aquilo que elas tinham feito contra mim, mas percebi que alguém se machucou por minha causa sem ao menos eu merecer, sem ao menos ter uma chance de se defender, sem ao menos ter o cuidado de passar por um julgamento justo com pessoas íntegras sendo seu júri. Alguém pagou o sofrimento que era meu apenas para que eu hoje tivesse o que eu jamais em meus sonhos poderia imaginar possuir. Alguém não me julgou pelos meus atos e pelas minhas escolhas erradas, muito pelo contrário, antes se julgou a si mesmo e sofreu a pena que era minha. A justiça que era para ser jogada toda sobre mim, foi parar em um inocente que decidiu me perdoar e me aceitar como sou para depois, aos poucos, dar-me infinitamente mais daquilo que eu pudesse merecer.

A maior homenagem que alguém poderia fazer à humanidade foi feita há dois mil anos, onde o Filho do Homem, o Filho de Deus, o Messias, o Cristo foi pendurado em um pedaço de madeira maciça, cuspido e humilhado, jogado nas mãos de homens corruptos e maldosos para que fosse demonstrada a maior demonstração de amor que um Deus poderia ter por Seus servos, para que fosse demonstrada a verdadeira justiça celestial, para que fosse demonstrada como Deus pensa acerca de nós, para que se provasse como é um amor de Pai.

Por isso que não vale à pena a vingança, não vale a pena se martirizar e se machucar todo por quaisquer razões, não vale a pena nos matar por um punhado de reconhecimento ou aprovação, ou qual for o motivo, por mais justo que aparentemente pareça, não vale a pena! O único e verdadeiro sentido da vida reside em reconhecer a homenagem do Calvário e a celebrar a vida que começa em um túmulo vazio.

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