quinta-feira, 21 de maio de 2009

O Mistério da Dor!


No contexto da nossa sociedade evangélica, falar sobre dor e sofrimento não dá muito IBOPE e muito menos dá crédito a alguém porque se ele fala sobre o sofrimento é porque quer encontrar razões para justificar seus erros. Na verdade, não se fala sobre dor e sofrimento porque incomoda os ouvidos.

Quero dizer que pode incomodar, sim, os ouvidos, mas acalenta o coração quando se ouve com honestidade e sabedoria sobre um dos temas mais sérios e delicados da cristandade que toca na área onde lágrimas descem e onde a ferida dói.
“Onde será que está Deus?” É a pergunta que todo crente faz, consciente ou inconsciente, quando o cinto aperta, quando o filho chora e a mãe não vê. A pergunta que se faz é justamente o momento onde a nossa fé pede para ter sentido, é onde os sermões dominicais deixam de serem meros discursos bonitos e passam a ser alimento para nossa alma abatida e machucada!
A verdade precisa ser dita. O homem precisa entender que não era para ser assim! Não era para ser da maneira como as coisas estão acontecendo. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e deu a essa criatura a liberdade de escolher entre se relacionar livremente com Deus ou comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. O homem sabia qual o preço de tal conhecimento. Deus fez isso da mesma maneira como o pai que sabe como o mundo é inescrupuloso e quer defender seu filho das mazelas e das maldades do mundo. Deus age soberanamente e ao mesmo tempo, não age, esperando uma reação da criatura que tinha as duas escolhas em suas mãos! Adão escolheu o conhecimento, escolheu ser igual ao seu Criador, escolheu ter o mesmo poder, mas acabou por ter menos daquilo que já possuía. Deus conversou com cada um deles, homem e mulher, e acabou, como um pai amoroso que é, disciplinando-os! O jardim do Édem não seria o mesmo depois da escolha do homem. Não só o jardim, mas a humanidade não seria mais a mesma coisa!
Isso não significa que os planos de Deus foram frustrados, não significa que Deus perdeu o controle ou que acabou por construir a história junto com as escolhas humanas. Nada disso! Deus sempre teve o controle nas mãos e sempre terá. Mas não posso crer que Deus permitiria uma criança ser abusada sexualmente por um maníaco simplesmente!
Creio que Deus ama e isso faz parte de Sua essência e natureza! Se o homem comete atrocidades, Deus não tem nada a ver com isso. O homem é responsável por suas atitudes e foi exatamente isso o preço do conhecimento do bem e do mal. Quer ser auto-suficiente? Esse é o preço que se paga. Mortes, tragédias, assassinatos e mais sangue sendo derramado.
Existem propósitos que jamais entenderemos e o sofrimento intensifica por conta dessa procura, muitas vezes neurótica, por entender o porquê disso ou daquilo! O homem é responsável pelos seus atos maldosos e trágicos.O que nos compete fazer diante disso é entender que mesmo que a figueira não floresça e não haja frutos na videira, ainda que o tronco esteja morto e seco no chão, ainda que existam lágrimas a serem derramadas que não foram por quaisquer razões, ainda que tudo pareça desmoronar na nossa cabeça, o Senhor jamais nos abandonará e jamais deixará de ser nosso Pai amoroso que consola e que nos abraça dizendo: “Não era para ser assim”.

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