terça-feira, 27 de outubro de 2009

Uma Teimosia Necessária!


Onde há lágrimas, também pode haver sorriso e festa. É claro que hoje em dia se tornou mais fácil chorar a festejar. Isso porque a violência e a injustiça ainda insistem em reinar no nosso cotidiano. Famílias inteiras destruídas por causa de uma pedra de crack; um irmão não consegue olhar na cara do outro por conta de míseros trocados; as coisas hoje em dia falam mais alto que o senso de família e quase que ultrapassam o limite do que é ser humano.

Mas ao mesmo tempo em que há uma insistência de um lado cruel e sem compaixão, há também um lado onde existe uma teimosia celestial, onde Cristo ainda grita pelos quatro cantos do mundo que o amor Dele não acabou e que não há nada nessa Terra, nem nos sofrimentos presentes e muito menos nas tragédias futuras onde possa haver qualquer indício de que haverá uma ruptura ou uma separação desse amor.

Há na história da humanidade um eco teimoso de Deus, uma insistência quase que absurda da parte do Altíssimo de querer, desde a queda humana, restabelecer um contato novo, um relacionamento cheio de vida novamente com Sua criação. É um Deus que teima em salvar sua cria, seus filhos de um mundo perverso e desumano.

A humanidade está aprendendo a se desumanizar a cada minuto de seu dia, a cada cumprimento não correspondido, a cada mendigo de esquina, a cada indiferença social e isso acaba afetando a Igreja de uma forma direta, pois na Igreja estão aqueles que ainda convivem e estão no meio desse tiroteio, onde os cegos é que estão com as armas.

Nosso chamado é mostrar que é possível voltarmos a sermos humanos e termos um relacionamento maravilhoso com o Pai da humanidade; o único humanista capaz de conviver com nossas falhas e mesmo assim, nos amar e nos aceitar da mesma forma como antes de termos cometido nosso primeiro pecado.

A dor dura uma noite inteira, e essa noite parece não passar; mas há uma promessa, e me apego a ela com unhas e dentes, de que a alegria, a paz, o perdão, a cura e tantos outros presentes vêm pela manhã. É como passar a noite toda de Natal esperando aquele presente que sabemos estará lá pela manhã. Quase não conseguimos dormir de tanta ansiedade, quase não conseguimos pregar os olhos de tanta afobação. Nosso presente de Natal pode chegar antes mesmo do dia raiar.

Foi assim na ressurreição de Nosso Senhor. Antes mesmo que as mulheres tomassem conhecimento do que havia acontecido, o Senhor estava vivo. Antes de elas verem a pedra rolada, abrindo a tumba; antes de o sol mostrar o seu brilho, o Senhor já havia brilhado.

Quando choramos, quando lamentamos e quando reconhecemos que não dá mais e estamos a ponto de dar um basta em tudo que se chama vida, acontece em nós o que tem acontecido em muitas vidas; o Senhor ressurge em nós e mais uma vez Sua teimosia em nos amar nos consola e nos faz agradecer por termos um Deus tão teimoso.

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