quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Um Pedacinho de Paz!


Lembro-me de quando criança via um coleguinha com um baita lanche, melhor do que estava comigo, e claro pedia um pedacinho daquele lanche. Era meu sonho de consumo naquela hora. Traria uma imensa realização de bem-estar e de prazer tendo pelo menos um pedacinho daquele que era um imenso lanche. Queria estar na casa daquele amiguinho, queria conhecer seus pais só pra saber de onde ele conseguia um lanche daquele tamanho.

Vejo que muitos de nós somos assim em relação à paz. Muitos não conhecem sequer o significado da palavra. E não estou falando aqui de etimologia ou morfologia, mas me refiro àquele significado pessoal, inigualável e incomparavelmente superior aos etimológicos e morfológicos.
Passamos por determinadas experiências que nos deixam perplexos. Não conseguimos dormir por “N” razões. O trabalho não vai bem, o casamento não vai bem, a gente não vai bem. Procuramos os culpados em toda parte e espalhamos cartazes de “Procurados” em toda nossa vida pensando que tudo está do lado de fora.

As palavras de Cristo não soam mais como sendo palavras confiáveis. Quando Ele diz: “Deixo-vos a minha paz. A minha paz vos dou” não acreditamos de fato. Aliás, tomamos essas palavras como amuletos e não como promessa que se cumpre. Mas que paz é essa que Cristo menciona se Ele sabia que tudo o que passaríamos aqui na Terra se resume em aflição em cima de aflição em cima de aflição? Que paz é essa que não faz com que filhos de Deus se libertem dos remédios para dormir e dos antidepressivos? Que paz é essa que nunca chega?

Às vezes achamos que tendo dinheiro se tem paz. Dinheiro pode comprar quase todas as coisas, e uma delas que não se compra é paz. Podem-se ter mansões e carros, roupas e jóias, mas não se tem paz. Às vezes achamos que indo a certos lugares, conhecendo certas pessoas, fazendo determinadas coisas conseguimos alcançar a paz, mas não chegamos nem parece que nem chegamos perto do tão sonhado sossego.

Precisamos definir paz. A palavra paz na Bíblia significa não a ausência de batalhas e de tribulações. Ela confirma que haverá inúmeras batalhas, inúmeros incômodos, inúmeras humilhações e situações que podem sugar até a última gota de sanidade emocional que possa restar em nós, mas confirma também que mesmo em meio a tudo isso, a mão de Deus jamais nos desampara. A paz eterna alcançaremos na eternidade, mas enquanto aqui nessa Terra de horrores e de injustiças inexplicáveis e de sofrimentos que ninguém pediu pra passar temos uma chance de provarmos um pedacinho daquilo que podemos chamar de paz.

A paz verdadeira é quando nos encontramos conosco mesmo e nos conectamos novamente com nosso Criador que agora já não nos trata mais como meras criaturas, mas como filhos que ainda insistem em brincar no barro, na terra, mas que podem voltar pra casa e tomarem um banho. A paz que todos ansiamos ter não é daqui, não pertence a esse lugar, a essa era, mas podemos pedir pelo menos por um pedacinho.

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