terça-feira, 17 de novembro de 2009

Quero Ser Livre!


Um dos filmes que mais me emocionou foi o filme do Mel Gibson intitulado “Coração Valente”. Ele tem esse título, pois se refere a um homem chamado William Wallace que por algumas razões apresentadas durante a película decide lutar pela liberdade de seu povo escocês oprimido pela, até então, tirania e autoridade abusiva da Inglaterra. Nada o impedia de conquistar tal objetivo, nem a politicagem interesseira dos nobres escoceses, nem as barganhas que o rei inglês o oferecia, nem mesmo a paixão repentina por uma princesa. Numa das cenas mais fortes do filme, Wallace estava prestes a ser torturado e morto pelo seu ideal quando ele é visitado pela princesa e ela pede que ele desista de tudo, assim ele poderia viver, mesmo que fosse preso numa torre. A resposta dele é fantástica! Ele disse que mesmo que ele vivesse, negando o que ele acreditava e lutara até então, ele já estaria morto.

Eu posso estar muito enganado, mas vejo nos olhares das pessoas cristãs hoje e percebo um desejo interno muito forte por liberdade. Muitas abririam mão de suas vidas por essa liberdade, desistiriam de sonhos, desistiriam de si mesmos apenas para sentir o vento bater em seus rostos, sentir a chuva, sentirem-se livres.

Mas talvez você se pergunte que tipo de liberdade é essa que me refiro. Refiro-me a uma liberdade que não está vinculada a nenhuma religiosidade, que faz com que a pessoa se sinta de fato e de verdade livre e salva de qualquer imperialismo religioso, livre de qualquer Talibã disfarçado de denominação religiosa. O deus apresentado em alguns sermões em algumas igrejas não tem nada a ver com o verdadeiro Deus. Existe uma idolatria evangélica a um deus que não condiz com o real Rei dos reis e Senhor dos Senhores, uma idolatria movida por barganha onde o dízimo é a principal característica da salvação e da fé das pessoas. Os argumentos distorcidos usando a Palavra de Deus para angariar mais fundos para seus objetivos mais obscuros acabam sendo palavras que Deus nunca quis dizer e nunca dirá.

A religião trouxe um fardo mais pesado que qualquer um não consegue carregar. Um fardo que pesa na família, na mente, no coração. Ouvimos muito frases como: “Você não tem fé” ou “Determine a benção sobre sua vida”, vemos vídeos em que a prosperidade está relacionada a carros, jatos, iates, viagens e roupas de marca. Traz outro evangelho, outro deus, outro Jesus, outra fé, mas logo a frente as pessoas percebem que esses outros elementos não existem e acabam abrindo feridas quase que incuráveis e uma decepção profunda, pois o deus apresentado falhou, errou, não me amou de fato.

Quero ser livre desse evangelho mortal e que de boa nova não tem nada a ver. Quero ser livre para adorar a Deus da maneira que Ele merece e quer, não da maneira que os homens me obrigam a fazer, quero ser livre para não julgar as pessoas por quaisquer tipos de pecados cometidos por elas, quero ser livre para poder ir e vir a casa de meu Pai dando o meu melhor, mesmo que esse melhor seja um chinelo de dedo e uma bermuda, quero ser livre para poder dizer a Deus o que sinto quando estou decepcionado com Ele e mesmo assim saber que Ele continua a me amar independente da minha revolta. Quero ser livre para poder confessar meus pecados e não ser julgado por eles, quero ser livre para poder falar das minhas falhas e que ninguém as jogue na minha cara, quero ser livre para ser quem Deus quer que eu seja.

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