quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Entre Olimpos e Getsêmanis!


Peço a sua atenção apenas por poucos minutos do seu precioso tempo para que você, junto comigo, reflita em algo que penso ser algo mais precioso do que qualquer coisa, inclusive o nosso tempo. Chegamos a um momento crucial na nossa existência cristã. Acredito que não chegamos onde estamos por acaso e creio mesmo que tudo tenha seu propósito e razão de acontecer, apesar de outros pensamentos contrários a isso!

O momento crucial que vejo aqui é sabermos identificar por onde queremos atravessar para termos uma vida, podemos usar essa palavra sem preconceito, vitoriosa.

Gosto muito da mitologia grega e vejo que essa mitologia sempre esteve se associando um pouco com o comportamento humano desde seu início até hoje. Vejo homens desafiando o poderio dos deuses por uma suposta liberdade, vejo pessoas desejarem estar na posição dos deuses e também vejo que esses lugares divinos de destaque sempre estiveram ocupando os sonhos dos homens, especialmente quando se trata de poder.

Existe outro lugar de destaque, mas um pouco diferente da mitologia. Esse lugar é palco de violentos confrontos reais entre nós e nossos desejos. É um lugar onde se chora muito e onde é possível ver sangue se misturando ao suor, tamanha a angústia e a dor. Nesse lugar não há espaço para soberba, mas há lugar para quem quer enfrentar a realidade de que precisamos uns dos outros, mesmo que os outros não compareçam ou prefiram dormir. Nesse jardim redentor há espaço para escolhas certas, ainda que sejam aquelas insuportáveis.

A diferença é que entre o Olimpo e o Getsêmani o poder se fez servo da redenção. O mais importante não estava em querer ser Deus, o controlador, mas querer ser humano e ser aquele que traria não uma suposta liberdade, mas presentear o mundo com a presença humana de um Deus verdadeiro. Cristo nos ensina que apesar das companhias mais necessárias para aquele momento falharem, há alguém que não nos desampara jamais, que desce ao nosso encontro trazendo consolo onde seria impossível sentir. No mais improvável dos lugares, no meio de sangue, suor e lágrimas, vemos que não precisamos de máscaras e podemos dizer que nosso coração está sofrendo até a morte, podemos pedir ajuda, podemos reconhecer nossos sofrimentos, medos e pânicos sem sermos tachados de doentes.

O Getsêmani é lugar de cura, é o início da caminhada da redenção onde se passa pela cruz para se levantar na ressurreição. Há muitos que preferem permanecer no Olimpo e se esquecem que esse lugarzinho das histórias gregas não passa de uma obsessão por um poder imaginário. O Olimpo existe apenas nas mentes férteis de quem quer ser um deus grego.

O Getsêmani, além de ser real, foi visitado pelo único Deus que se fez carne e habitou entre nós, conhecendo nossas dores e limitações. O Getsêmani é lugar de escolhas difíceis, mas que trarão vida e vida em abundância.

Do Olimpo sou derrubado pelas minhas falsas impressões de deuses que nunca foram reais, a não ser nas minhas idéias e interpretações erradas. Do Getsêmani sou levado à ressurreição.

Nenhum comentário: