terça-feira, 3 de novembro de 2009

Nem Reforma. Nem Revolução!


Ao longo da história temos exemplos de momentos onde se pedia por revoluções, outros momentos pediram por reformas, isso em todas as áreas humanas. Na política, vive-se pedindo reformas trabalhistas, reforma agrária, reforma legislativa. Na sociedade, quase que se pede uma revolução contra o crime organizado; dá a impressão que a população torce para que haja mesmo uma guerra nos morros, nas favelas, nos grandes centros de tráfico. Tudo em nome de uma vida melhor, de uma sociedade melhor, de seres humanos melhores.

Na religião acredito que não seja diferente. Estamos cansados de observar briguinhas de líderes religiosos via internet e também nos bastidores do poder clerical em cada igreja local ou em cada presbitério ou em cada assembléia. Estamos em um estado emocional tão estafado dessas porcarias acontecendo no nosso meio que pensamos em outra reforma ou em uma revolução de fato. Mas minha proposta aqui é diferente; não é nem reforma e nem revolução.

Antes, porém, vale uma confissão aqui. Sempre tive um ímpeto por revoluções. A Reforma Protestante foi uma revolução de certa forma. Mas percebi que ambas as alternativas deixam baixas incontáveis; vidas de seres humanos que nem precisavam ver a realidade só por esse prisma. Minha proposta é apresentar, de fato e de verdade, a redenção.

Essa é a proposta de Cristo desde o início. Jesus nunca pensou em vir à Terra e fundar uma religião nova ou ser alguém que fosse lembrado por isso. A proposta de Cristo é clara e objetiva: redimir, encontrar o que estava perdido, amar aquele que nem sabia que existia tal verbo, festejar o encontro, humanizar o que foi sendo desumanizado ao longo do tempo.

A redenção não tem baixas, apenas vida contagiando novas vidas. Na redenção não há discussões inúteis e totalmente fúteis para a necessidade humana. Na redenção não há briguinhas por poder ou por sermos os melhores, apenas há espaço para o outro ser o melhor e sempre sermos aqueles que lavaremos os pés. Na redenção não julgamentos, porque todos estão andando na mesma direção e quando um cai é totalmente compreensível; é só olhar a quantidade de obstáculos que temos pela frente.

Aqui não há uma utopia, há uma realidade que muitos enxergam, sabem, entendem, mas não querem, pois acham o preço muito alto. Pensam que deverão fazer esforços absurdos para conseguir algum tipo de favor. Mas a redenção é o melhor caminho, pois não preço a ser pago, pois a dívida foi quitada. Na redenção não precisamos nos auto flagelar através das normas rígidas de uma religião que incentiva muito mais a punição do que a liberdade. Na redenção há sim uma cruz a ser carregada, mas não sozinha. A cruz da solidão foi carregada por Cristo para termos a oportunidade de não andarmos mais sozinhos.

Por isso, não acredito que ficarmos brigando, discutindo, alimentando pensamentos desagradáveis em nossa mente vá resolver algo e camuflar isso de “reforma” ou “revolução”. As pessoas valem mais que qualquer tipo de movimento. E isso foi provado quando Cristo apresentou a alternativa melhor, e única, quando apresentou ao mundo que é possível voltarmos pra casa. Não precisamos reformar e nem revolucionar, mas sermos redimidos.

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