O céu está reservado para aqueles que insistem em se manter na teimosia de acreditar que as coisas podem melhorar e que Deus sabe o que faz. Ainda que soe como clichê ( e eu detesto clichês), essa coisa de dizer: “Deus sabe o que faz” soa mais como um grito de esperança da alma, é algo em que ela pode se apegar, mesmo que às cegas. Pra mim, é uma declaração da mais pura fé.
Para esse tipo de gente, o céu não é mais uma esperança distante, mas um lugar real, um destino certo, a volta para o verdadeiro aconchego. Eles sabem que para chegar lá há algumas regras, algumas leis de trânsito e um caminho certo. Para o céu não tem atalhos e nem pedágios. É um caminho apertado, estreito, difícil de percorrer, mas não é um tipo de penitência ou algo que deva merecer.
O céu é um presente dado de graça sem porquês ou comos; simplesmente dado, simplesmente presenteado. Não tendo data certa para ser presenteado, para nós passa a ser um presente de desaniversário, mas para Deus é uma data para se comemorar um novo nascimento, portanto um novo aniversário. O céu é onde as aulas terminam e as férias começam, é onde os hospitais são lendas urbanas e as doenças puro folclore popular, é onde as lágrimas têm a conotação somente de alegria e onde a tristeza nem existe no dicionário. Nesse lugar mágico e real não há mais “adeus” ou “até logo”, mas sim eternos reencontros e novas descobertas.
Todo mundo quer ir para o céu, mas poucos aceitam o desafio de caminhar até lá. O céu existe assim como o inferno; ambos podem começar aqui. O único jeito de entrar lá é acreditando que esse lugar existe e que Deus o criou para você como um presente novo todo dia.
Diante de tudo isso fica a pergunta: quem na realidade está morrendo? Aqueles que já desfrutam e sabem o que significa paz ou aqueles que ainda sofrem as dores desse mundo? Insisto; o céu é para aqueles que passam a vida inteira sabendo que aqui nada mais é que uma viagem de volta pra casa.
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