Acredito que a fé, além da esperança e da confiança em Deus, é o elemento principal para tomarmos as decisões mais importantes da nossa vida. Na fé é onde todas as demais coisas se encontram e tomam forma e significado. É na fé que acreditamos nos milagres e em dias melhores para nossos entes, amigos e para nós mesmos.
Mas e quando essa fé se esvai? E quando essa fé se torna menor que o grão de areia e menos eficaz que qualquer crença? O que fazer quando nos encontramos em situações onde nossa fé se tornou não mais do que uma lembrança boa de uma época dourada onde os impossíveis poderiam acontecer, onde sonhos poderiam se realizar, onde a esperança de fato nunca poderia morrer?
Há momentos que nossa fé literalmente se congela, estaciona-se num ponto e não anda nem pra frente e nem pra trás; ela simplesmente se finge de morta e fica deitada naquele berço esplêndido chamado religião. Achamos que se estamos freqüentando a igreja, realizando os trabalhos da comunidade, devolvendo o dízimo ou fazendo qualquer outra coisa relacionada à vida institucional eclesiástica, nossa fé está intacta ou inatingível. Ledo engano nosso!
Existem pessoas que estão na igreja, dentro dos nossos salões de culto e estão completamente vazias por dentro, e não por uma razão de abandono, mas pelo simples fato de que elas não estão conseguindo abrir os olhos, não estão conseguindo levantar as mãos, não estão conseguindo pronunciar uma única palavra durante uma oração, só se ouve um murmurar de ruídos que expressam uma agonia e um desespero de querer encontrar onde foi parar aquela fé que tanto se fala. A angústia substitui a alegria de servir a Deus e um sentimento de culpa nos invade de tal forma que não mais sabemos se estamos pecando, se estamos salvos, se estamos vivendo.
A fé que aprendemos em alguns lugares é para seres extraterrestres, não para seres humanos que sentem, sofrem, seres que são tentados o tempo todo e puxados constantemente para as práticas e paixões humanas. Não ouvimos falar de fé para os deprimidos, para aqueles atacados pelo pânico, para os doentes emocionais. Não! A fé só cabe em lugares onde os semideuses estão, onde os Hércules e os Aquiles espirituais freqüentam.
A Bíblia nos mostra pessoas comuns que conseguiram vencer situações onde muitas vezes pensamos que nunca poderíamos vencer. Esquecemos que todos aqueles personagens bíblicos, exceto nosso Senhor, eram essencialmente humanos e falhos. O que eles fizeram e que foi a grande diferença é que, apesar de estarem pequenos, fracos, despedaçados, quase que moribundos na fé, quase desistindo de tudo e desejando intimamente a morte para si, eles lembraram que ainda havia Alguém que pode tirar a pedra e nos chamar para fora. Poderemos nos esquecer de Cristo, mas Ele jamais vai se esquecer de nós.
A fé genuína é aquela que mesmo fraca, congelada, quase morta, sabe que uma hora dessa nosso nome a gente vai ouvir e por causa Dele, só Dele, sairemos de onde parecia ser nosso último estágio e nos leva para ficarmos do lado Daquele que faz a vida valer a pena.
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